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Com a aproximação do Fórum Econômico Mundial, que ocorrerá entre 20 e 24 de janeiro de 2025, em Davos, surge uma questão importante: como integrar efetivamente as políticas de clima, natureza e pessoas para enfrentar os desafios globais de forma holística e inclusiva? Este encontro acontece em um momento decisivo para a ação climática global, em meio a eventos geopolíticos e econômicos que impactam o futuro do planeta. O Fórum de Davos busca ser um espaço de construção coletiva de soluções para enfrentar as incertezas do cenário mundial.

Nos últimos anos, o mundo tem enfrentado crises interligadas que exigem respostas rápidas e coordenadas. As guerras na Ucrânia e em Gaza, por exemplo, exacerbaram tensões geopolíticas e ampliaram os desafios econômicos, resultando em inflação e taxas de juros mais altas. Esses fatores transformaram profundamente a economia mundial, aumentando a desigualdade social e as incertezas sobre o futuro.

Diante desse contexto, o Fórum Econômico Mundial deste ano se concentrará em como enfrentar riscos sistêmicos e promover soluções robustas para evitar que essas fragilidades se espalhem. A meta é fortalecer a cooperação público-privada para lidar com os desafios globais urgentes, incluindo a transição climática, as crises sociais e a recuperação econômica.

O Fórum de Davos, já reconhecido por reunir líderes empresariais, políticos e sociais de todo o mundo, também buscará criar um espaço para desenvolver soluções voltadas para o futuro. O objetivo é mitigar os impactos das crises atuais e construir as bases para um futuro mais resiliente e sustentável. Para isso, será essencial integrar as políticas de clima, natureza e pessoas de forma coerente e inclusiva, reconhecendo a interdependência entre os ecossistemas, as economias e a sociedade

Em relação ao clima, a agenda precisa ser ainda mais inclusiva. As populações mais vulneráveis, como as comunidades de baixa renda e as populações tradicionais, são as mais afetadas pelas mudanças climáticas e pela degradação dos ecossistemas. Nesse sentido, o Fórum Econômico Mundial priorizará a integração da dimensão social, alinhando os esforços globais para enfrentar não apenas as crises ambientais, mas também as desigualdades econômicas e sociais.

Em 2025, o Fórum buscará avançar nas discussões sobre a criação de empregos e oportunidades na transição para uma economia sustentável e justa, promovendo uma transição climática que gere oportunidades para todos, sem deixar ninguém para trás. Nesse contexto, será enfatizada a importância de políticas que combinem crescimento econômico com justiça social, com foco na criação de empregos sustentáveis e no desenvolvimento de habilidades nas populações mais afetadas pela transição.

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A integração das políticas de clima, natureza e sociedade, portanto, não é apenas uma questão ambiental, mas também um compromisso com a construção de uma economia global mais justa e resiliente. As indústrias, especialmente os setores de energia, mineração, manufatura e agronegócio, têm papel fundamental nesse processo. Elas precisam adotar práticas mais responsáveis e sustentáveis, além de colaborar com governos e comunidades locais para garantir que a transição seja benéfica para todos os envolvidos.

Em um momento de grandes desafios, a gestão participativa será um dos pilares centrais das discussões. As soluções para os problemas globais exigem o engajamento das comunidades locais, especialmente aquelas que já enfrentam as consequências das crises sociais e ambientais. As soluções precisam ser ajustadas às realidades locais, respeitando os saberes tradicionais e garantindo que os recursos sejam usados de forma responsável e inclusiva.

Na Amazônia brasileira, o Projeto Corredor, uma parceria entre a Hydro e a Mercedes-Benz, é um exemplo concreto de como as indústrias estão engajadas na agenda integrativa de desenvolvimento sustentável. Com o objetivo de promover a proteção da biodiversidade e criar oportunidades econômicas para as comunidades locais, o projeto busca integrar práticas empresariais responsáveis com a preservação ambiental e o desenvolvimento social das comunidades presentes ao longo do mineroduto de 244 quilômetros operado pela Hydro, que atravessa sete municípios no Estado do Pará – da mina de bauxita em Paragominas até a refinaria de alumínio em Barcarena. O projeto tem o potencial de beneficiar cerca de 8% da população do Pará.

A Hydro está comprometida em reduzir sua pegada de carbono e colaborar com iniciativas que contribuam para a preservação da Amazônia, ao mesmo tempo em que gera oportunidades de emprego e qualificação profissional. A Mercedes-Benz, por sua vez, adota uma abordagem de sustentabilidade, buscando parcerias para avançar em tecnologia, inovação e desenvolvimento econômico sem comprometer os recursos naturais. Ambas as empresas estão alinhando seus modelos de negócios com a preservação da natureza e o desenvolvimento das pessoas.

Ao unir forças, as empresas criam um modelo de negócios que não se limita a gerar lucros, mas que também prioriza o equilíbrio entre crescimento econômico, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento social. Essa parceria mostra como a cooperação público-privada pode ser a chave para enfrentar grandes questões globais, como mudanças climáticas e desigualdade social, de forma eficaz e inclusiva.

O Fórum Econômico Mundial de 2025 emerge como uma plataforma essencial para repensar as políticas globais. A integração entre clima, natureza e pessoas será um pilar fundamental para a construção de um futuro mais sustentável e equilibrado. Ao focar na criação de empregos e oportunidades dentro de uma nova economia, o Fórum também se compromete a enfrentar as desigualdades sociais, promovendo uma transição climática que seja justa e inclusiva.

O caminho para um futuro mais sustentável e justo depende da colaboração entre todos os atores globais. Embora não existam soluções fáceis, é enfrentando com responsabilidade os desafios mais complexos que conseguiremos criar um mundo mais equilibrado e resiliente para as gerações futuras.

*Eduardo Figueiredo é vice-presidente sênior de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro

Sobre a Hydro:

A Hydro é uma empresa líder em alumínio e energia renovável, comprometida com um futuro sustentável. Com o objetivo de criar sociedades mais viáveis, desenvolve indústrias que importam para as pessoas e para a sociedade. Desde 1905, a Hydro transforma recursos naturais em soluções e negócios relevantes de forma inovadora, criando um local de trabalho seguro para 33.000 empregados em mais de 140 unidades e 40 países. No Brasil, a Hydro está presente em toda a cadeia de valor do alumínio, com quase 7 mil empregados. Atuando desde a extração de bauxita, produção de energia renovável, refino de alumina, produção de alumínio e extrusão, oferece conhecimentos e competências únicas para indústrias da construção, automotiva e de embalagens, entre outras.