Skip to content

Hoje, o empreendedorismo, em todas as suas categorias, está ligado ao desenvolvimento sustentável e este conceito está inserido em todas as organizações. Um conceito muito empregado em ESG (governança ambiental, social e corporativa) nas empresas é a bioeconomia, uma abordagem essencial para o desenvolvimento de modelos de produção mais preocupados com seus impactos socioambientais e que busquem uma maior harmonização entre desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente.

A Amazônia, por ser rica em insumos que se transformam em alimentos e bebidas, cosméticos e fármacos, borracha, moda e acessórios, é um terreno fértil para o desenvolvimento da bioeconomia. A região é foco de investimentos de grandes empresas. Entre elas está a Hydro, líder global industrial que concentra a maior parte de suas operações brasileiras no Pará.

Com este foco de investir em inovação na Amazônia, conectar as boas iniciativas locais – que valorizam a floresta em pé e uma economia de baixo carbono – às cadeias globais, a Hydro, em 2021, investiu mais de R$ 18 milhões em 25 projetos sociais e iniciativas de engajamento, com diferentes focos como educação, trabalho e renda, desenvolvimento econômico e social e fortalecimento de organizações sociais, que beneficiaram, juntos, mais de 80 mil pessoas, direta e indiretamente, em comunidades dos sete municípios onde a Companhia opera no Pará: Barcarena, Abaetetuba, Moju, Acará, Tomé-Açu, Ipixuna do Pará e Paragominas.

“O empreendedorismo está intimamente atrelado à geração de inovações que trazem melhorias tanto do ponto de vista social como econômico. Em uma região com a complexidade da Amazônia, fomentar a atividade empreendedora sustentável nunca foi tão vital, afinal, é por meio dela que conseguiremos aproveitar as oportunidades existentes no contexto local. Temos como propósito impulsionar o desenvolvimento em uma escala muito maior”, analisa Eduardo Figueiredo, diretor de Sustentabilidade & Impacto Social da Hydro.

Segundo o analista do Sebrae no Pará, Georgiane Titan, é quando as comunidades tradicionais e, mesmo os empresários locais, começam a ter conhecimento das potencialidades da biodiversidade amazônica, eles passam a valorizar os recursos naturais e conservá-los. E passam a ter maior rentabilidade e qualidade de vida. “A parceria entre o setor privado e as instituições de ensino é muito importante para impulsionar o empreendedorismo na Amazônia. Por um lado, a transferência de tecnologia e a possibilidade da aplicação e validação das pesquisas in loco dentro das empresas aceleram os bons resultados das pesquisas. Por outro lado, o conhecimento dos resultados das pesquisas e, também, o apoio da academia às empresas, na realização de análises e validação dos produtos, ajuda no desenvolvimento destes empreendimentos.

Antes, inovação era um conceito distante, que parecia longe das comunidades. “Hoje, por meio dos editais, capacitações e até mesmo do acesso mais fácil à internet, conseguimos levar a inovação às comunidades tradicionais, melhorando os produtos nas diversas cadeias produtivas, como açaí, mel e mandioca. A utilização sustentável dos recursos florestais é de suma importância, as comunidades tradicionais vivem e dependem da floresta. Aprender a usar os seus recursos de forma correta e a valorizar os produtos das florestas ajuda na preservação ambiental”, analisa Georgiane.

Negócio Sustentável

O programa Embarca Amazônia, realizado pela Hydro em parceria com o Centro de Empreendedorismo da Amazônia e com apoio das Prefeituras Municipais e outras instituições locais já beneficiou mais de 800 pessoas de 18 a 29 anos, dos municípios de Abaetetuba, Barcarena, Moju, Acará, Tomé-Açu, Ipixuna do Pará e Paragominas.

“Baseados na metodologia do design thinking, buscamos apoiar o desenvolvimento de ideias de negócios sustentáveis na região, com foco nos recursos da floresta e na biodiversidade. Assim, continuamos fazendo a diferença para as pessoas, o meio ambiente e os negócios”, avalia ainda o diretor da Hydro, Eduardo Figueiredo.

O objetivo é criar negócios focados em propósito, com impacto socioambiental positivo. Neste projeto, as cadeias produtivas escolhidas foram cacau, açaí, abacaxi, turismo, biodiversidade, artesanato, dentre outras.

O programa oferece oficinas de empreendedorismo sustentável, apoio à criação de ideias de negócios sustentáveis e incentivo à criação de redes de empreendedores nos sete municípios de atuação, em cinco fases de implementação. A primeira edição ocorreu entre 2018 e 2019, e a segunda edição teve início em 2021 e segue atualmente na fase de Ideação, que consiste na formação de equipes para conhecimento das cadeias produtivas e criação dos modelos de negócios.

Em agosto iniciaram as oficinas de pré-aceleração, com mentorias para apoiar no fortalecimento dos modelos de negócio desenvolvidos. As consultorias incluem especialistas em aspectos jurídicos, contábeis, financeiros, produção, marketing e vendas. E, em dezembro de 2022, ocorrerá a apresentação dos modelos de negócio e protótipos para uma audiência representativa do ecossistema de empreendedorismo local.

A 1ª edição alcançou mais de 300 jovens de Barcarena e Abaetetuba e gerou 12 modelos de negócios sustentáveis com foco nas cadeias do açaí, biodiversidade e turismo.

Daniel Lemes de Oliveira, de 34 anos, participou do projeto em 2018. Até então, ele trabalhava como gerente em uma universidade local e se interessou em participar para aprimorar a ideia de um negócio próprio na área de turismo. “Essa participação para mim foi sensacional, desde o primeiro encontro até tirar do papel de fato a ideia. Aprendi muito na área de marketing, contabilidade, jurídico. Saí de lá com a empresa pronta para o mercado”, conta Daniel. Hoje, ele trabalha com a sua agência de turismo e uma gráfica, sendo que a agência é referência no município de Barcarena, atuando no turismo regional e sustentável.

“O apoio de toda a cadeia dentro do programa foi essencial para esse meu crescimento profissional e para sair do concreto da cidade e viver a Amazônia em toda sua plenitude”, relata Daniel.