Skip to content

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou a mandioca o alimento do século 21. Apesar de ter origem brasileira, os maiores produtores do tubérculo são Nigéria, Tailândia e Indonésia. A produção no Brasil se concentra nos estados da Bahia, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul. Altamente versátil, a planta serve tanto para a alimentação de seres humanos quanto de outros animais, além de ser utilizada na fabricação de bioetanol. No Pará, transformada em farinha d’água ou de tapioca, a mandioca faz sucesso na culinária local. Nessas e em outras versões, a mandioca tem sido trabalhada pelo Tipitix, projeto focado no empreendedorismo agroalimentar comunitário e financiado pelo Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH) e pela Fundação Mitsui Bussan do Brasil, tendo como parceiro executor o Instituto Peabiru.

O Tipitix atende a cerca de 200 agricultores familiares, produtores da mandioca e seus derivados, além de frutas, verduras, hortaliças e diversos outros produtos de mais de 20 comunidades rurais de Barcarena (PA). Entre essas comunidades está a do Cupuaçu, onde a agricultora Rosa Queiroz aprendeu com as gerações passadas a produzir a farinha de mandioca. Esse conhecimento vem sendo aperfeiçoado com o suporte do projeto Tipitix, que oferece assessoria técnica para o desenvolvimento dos produtos, infraestrutura para o beneficiamento da produção; além de apoio em design, crédito e assessoria comercial para inserção dos produtos no mercado. O projeto ainda oferece suporte administrativo e contábil para os procedimentos referentes à formalização e à gestão dos empreendimentos participantes.

“Com este apoio, conseguimos melhorar a qualidade da nossa farinha e já sonhamos em ampliar a venda do nosso produto, hoje feito apenas para a comunidade. Produzimos cerca de 4 a 5 sacos de 30kg por semana de farinha. Estamos planejando ampliar e chegar a fornecer nossa farinha para a rede de supermercados do estado”, avalia Rosa Queiroz, que junto com a sua família desenvolve a marca Mandioqueiras.

Desde que o projeto foi lançado, em março de 2021, já foram produzidos 448 quilos de produtos beneficiados a partir da mandioca. Esta produção engloba farinha de mandioca grossa, farinha de tapioca, farofa temperada e macaxeira embalada a vácuo. No lançamento do segundo ciclo do projeto, em novembro do ano passado, o leque de produtos foi ampliado com a inclusão de tucupi, brigadeiro e pão de queijo de macaxeira. Foram selecionados dez empreendedores que durante quatro meses receberão suporte para adequação de seu modelo de negócio, infraestrutura para o beneficiamento da produção, desenvolvimento de marca e embalagens, assessoria comercial para entrada no mercado e todo suporte administrativo e contábil para a formalização e a gestão do negócio.

No início de fevereiro, o Tipitix ampliou a comercialização da linha de produtos da agricultura familiar desenvolvidos com seu apoio, que agora podem ser encontrados em Belém, na Casa Natural, no 1º piso do Shopping Boulevard.

Ativa Barcarena – O cultivo da mandioca também tem destaque na estratégia de assessoria técnica a unidades agrícolas participantes do Ativa Barcarena, projeto de investimento social da Hydro, executado pelo Instituto Peabiru. Em 2021, foram beneficiados pelo projeto 91 agricultores de 21 comunidades rurais e da região das ilhas do município de Barcarena. O projeto oferece assistência técnica rural e oficinas de técnicas agrícolas para os agricultores locais.

“Minha mãe já trabalhava na roça com plantio de mandioca. Adquiri com ela todo o conhecimento para trabalhar com o tucupi e também algumas técnicas com o projeto Ativa, que me proporcionam sustentar minha família com a venda do produto nas feiras”, relata Raquel Rodrigues Mendes, participante do Ativa Barcarena e que acaba de ser selecionada para participar do 2º ciclo do Tipitix com seu produto. O tucupi é o principal ingrediente do Pará, extraído do suco da raiz da mandioca-brava ralada e espremida. Depois de extraído, esse caldo descansa para que o amido se separe do líquido. O líquido resultante é o tucupi. 

Alto valor energético – A mandioca já era absoluta muito antes de os colonizadores portugueses desembarcarem no Brasil. Por conta do seu valor energético, fornecia a disposição necessária aos antigos povos indígenas e, também, passou a ser fonte de energia para muitos dos europeus. 

A Região Norte possui a segunda maior área plantada de mandioca do Brasil, com 20,97% do total, perdendo apenas para o Nordeste, segundo a Embrapa. No entanto, a Região Norte lidera a produção de mandioca com 36,1% da safra nacional, seguida pela Região Nordeste com 25,1% e pela região Sul com 22,1%.

Já o Estado do Pará detém 60,66% das áreas cultivadas da região Norte e consequentemente responde por 56,96% da produção de mandioca da região. Sendo o maior em área plantada e o maior em produção de mandioca do Brasil, naturalmente apresenta também os municípios com as maiores áreas e produções do Brasil, sendo eles: Acará, Santarém, Oriximiná e Óbidos. 

Segundo dados de janeiro deste ano, divulgados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e sistematizada pelo Núcleo de Planejamento e Estatísticas(Nuplan) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), o Pará continua sendo o maior produtor de mandioca no Brasil. O estado possui uma representatividade de 21,95% da produção brasileira e dentre os estados da região Norte, a produção paraense representa aproximadamente 61,57%. O estado tem um volume de produção de 4.060.716 toneladas de mandioca de acordo com as projeções do LSPA.

Benefícios da mandioca:

  • Melhora a digestão;
  • É benéfica para a saúde cardiovascular;
  • Ajuda a combater a artrite;
  • Faz bem para quem tem diabetes;
  • Ajuda na prática de exercícios físicos;
  • Fortalece o sistema imunológico;
  • Ajuda a melhorar o humor;
  • Faz bem para a pele;
  • É indicado para gestantes;
  • Previne alguns tipos de câncer;
  • Previne anemia e ajuda no controle do colesterol;
  • Tem ação anti-inflamatória e antioxidante.

Fonte: Associação Brasileira de Nutrologia.

Por que Tipitix? 

O nome é inspirado no tipiti, um artefato ancestral originário dos povos indígenas da Amazônia e feito com palhas de palmeiras. É utilizado até os dias atuais, no processamento da mandioca. O projeto Tipitix é pioneiro no beneficiamento e formalização da produção de mandioca de Barcarena, cadeia de valor com grande potencial de uso alimentício em suas diversas aplicações.

Recomendado para si