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O açaí é popular em todo o mundo.
O açaí é popular em todo o mundo. (Foto: iStock)

A Hydro está investindo para usar nas caldeiras da Alunorte uma energia renovável com ampla oferta no Pará: o caroço do açaí. Em parceria com a Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará (UFPA), a empresa trabalha na avaliação da viabilidade técnica-econômica do uso desse resíduo como combustível nas caldeiras da Alunorte, refinaria de alumina, localizada em Barcarena (PA).

O Estado do Pará lidera a produção e a exportação mundial da polpa da fruta e alcançou a produção de cerca de 1,1 milhão de toneladas do fruto em 2019, segundo a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Pará (Sedap).

Com duração de um ano e investimento de cerca de R$ 500 mil, a pesquisa analisará os requisitos técnicos e logísticos para uso do caroço em escala industrial, além de estudar o aspecto social e ambiental do uso do caroço do açaí como um combustível renovável.

Os paraenses colhem bagas de açaí.
Os paraenses colhem bagas de açaí. (Foto: iStock)

A iniciativa faz parte do convênio de cooperação técnica e científica da Hydro com a UFPA e pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da indústria paraense. Para produção da polpa do açaí, o caroço é descartado e, caso os resultados da pesquisa sejam positivos, esta será a primeira aplicação deste resíduo em escala industrial. O caroço da fruta já é reaproveitado atualmente em menor escala em outros setores. O uso do caroço em uma refinaria de alumina pode representar uma nova possibilidade para o seu ciclo econômico. Ao todo, 11 pesquisadores estarão envolvidos diretamente neste estudo e haverá também uma análise para entender os desafios da cadeia de suprimento e da sazonalidade do produto.

O trabalho integrado entre diferentes grupos é necessário em virtude da complexidade da cadeia produtiva do açaí, extremamente forte e presente no Pará, e da necessidade de destinação apropriada do resíduo dessa produção, que não possui um processo de destinação padronizado de ponta a ponta. Caso o estudo comprove a viabilidade da utilização do caroço do açaí como fonte de energia alternativa na Alunorte, abre-se a possibilidade de dar uma destinação ao resíduo, que pode vir a se tornar um subproduto dentro da sua cadeia produtiva.

“É um trabalho em simbiose da indústria do açaí e a indústria de alumínio, com a possibilidade de usar o resíduo da produção da polpa da fruta para atender à demanda por fontes renováveis de energia na nossa refinaria. A viabilidade desse estudo, se provada, traz a importante solução para a destinação do resíduo do açaí, mas também gera outros benefícios como potencial de redução de emissões na operação e impacto positivo no desenvolvimento do território onde a Hydro atua”, afirma Sergio Ferreira, gerente executivo de Projetos de Energias Renováveis da Hydro.

“O caroço de açaí é 90% em massa do fruto de açaí. Isso significa que em 2019 foi descartado um milhão de toneladas de caroço o que permite gerar continuamente durante um ano 160 MW de eletricidade. Esse resíduo poderá ser convertido num biocombustível renovável com valor agregado e capaz de promover uma nova atividade econômica: a produção de bio-eletricidade”, informou o Prof. Manoel Nogueira, Professor Titular da UFPA-FEM.

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